Responsabilidade bate à porta. Tendência ao erro tem maior peso que nunca. Tudo isso causa insegurança. Sensação gélida no estômago. O ensaio é inevitável, mas não foi alertado que havia expectativa. Pior que não se sabe bem ao certo a procedência dessa tal expectativa. Só se sabe que ela existe e assombra as vezes. Tudo que pode e que não pode é cobrado. De saber tudo que é esperado que se saiba. De ter as atitutes que se espera numa garota burguesa inserida num contexo social que antes não foi consultada se queria participar dele. Claro que o ambiente é hostil e que ninguem vai pegar na mão de ninguém e ensinar como é que faz. Isso todo mundo sabe. Mas responder por si nunca pareceu tão difícil. O fato de não ter mais saia pra se esconder debaixo me deixa um vazio. Crescer dói. Perceber que a Teoria do Caos é a maior certeza que se pode ter. E pensar, conforme ela, as ações são irreversíveis. Mesmo assim se brinca com elas. Incoerência e arrependimento. Ser testada a todo instante. Às vezes se desconhece as repercursões possíveis desses atos. Quando se vê já foi. A brincadeira acabou e o que tinha a se dizer ficou por não dito. A atitude esperou por ser tomada, em vão. O abraço ficou pela metade e a saudade ficou por inteira. Se expressa pouco e se sente demais. Explosão interna de sensações simultâneas. Entorpecimento silencioso. Reclusão ao mundo interno onde tudo faz sentido: ninguém se mete e tudo era como devia ser. Situações perfeitas e não premeditadas. Um chacoalhão chama atenção pro resto. Por mais que se escute que tenha sido falta de tato se conclui que foi falta de medida. Por se doar...demais.
palatável melodia
Há 15 anos